quinta-feira, 4 de novembro de 2010

aqueles que realizam

foi me colocado um questionamento hj...afinal de contas, o que é ser Kundunbalê?!
parece uma resposta simples quando na realidade esta pergunta é uma fagulha simples perto da complexa fogueira que se ascende quando paro para pensar neste grupo que tanto bem faz em minha vida.
eu poderia começar dizendo no Kundun eu coloco em prática meu exercício identidade...seja ela artística ou pessoal!quando entrei em contato com o o Kundun, não havia Kundun...existia um grupo de alunos de determinado colégio que não queria mais nada a não ser mostrar-se de forma diferente aos olhos dos outros...encontrei seres iluminados que queriam, inconscientemente, construir-se atraves da arte...me senti em casa.
mais tarde, esses mesmos alunos amadureceram e encontraram no caminho a figura do Corin...Corin carregava consigo calos de lutas e batalhas tão adversas que fizeram ver que ali...no quilombo Paiol de Telha...estaria as almas ávidas a aprender e a se proliferar...como uma enchente de idéias novas batendo na casca do ovo querendo nascer...surge a figura do lider daquele que proporciona e  espera que o universo conspire para o que há de bom prevaleça...não deve ser um posto fácil...nem sempre a atitude de tirar a capa de superhomem e deixar que descanse em alguma gaveta que nos alivie, é ama ação aceita por aqueles que nos enchergam como que ouve uma voz no escuro...mas a garra fala mais alto e o espírito da arte prevaleceu...dia desses conversando com Corin, descobri o artista que se surpreende com a forma simples de mostrar o quanto a atre renova...mesmo quando o contato com ela nos faz sentir aquele longínquo calo que que adquirimos no caminho...
estou a praticamente três meses viajando com o Kundunbalê fazendo a iluminação do espetáculo "acorda raça"... visitamos cidades diversas no paraná e vimos que a distância é um acidente geográfico e que o ser humano tem a capacidade de ser igual e diferente ao mesmo tempo...vimos o quanto temos que aprender mesmo achando saber muito, vimos que a dor de não se sentir cidadão pleno é uma dor espalhada por vários quilombos do meu paranà, vimos que podemos compartilhar sem medo de ser exato pois a exatidão acabou por se tornar um estado de espírito.
lembro de ir ao paiol procurar um grito semelhante ao meu e encontrar crianças e adolescentes ensinando lições do mundo atraves de som e movimento...independente da lama do chão do local de ensaio... estávamos ali para celebrar...e esta celebração tornou-se muito mais do que ritual, tornou-e um signo de união entre pessoas que acreditavam no poder transformador da arte...poder esse que faz dessas crianças educadores de mestres dentro das universidades que os acolherão.
esse diferencial é que faz os acadêmicos que deles se aproximam pensar que o saber se localiza nas camadas mais recondidas da alma de qualquer ser humano que permita a ele estar lá...
Kundunbalê significa "aquele que realiza" e minha felicidade maior é saber que esse grupo de pessoas realizaram em mim o sonho de ver que é possível ser melhor...como costumar ordenar Corim: "quebra tudo Kundun"...esse é o meu desejo que esses jovens-artitas-educadores quebrem tudo mesmo...desde a parede mais dura de concreto ao mais espesso cimento abstrato que existe no fundo de nós...
acho que do meu jeito eu estou aprendo o que é ser Kundunbalê: uma explosão de mentes que celebram a vida e a união atraves da unica invenção original do ser humano: a arte...
e.....morram de inveja....eu sou Kawrhê...ser de luz, artista em benin, minha identidade secreta é Marcio Ramos e............eu faço parte disso tudo...EU SOU KUNDUNBALÊ...evohé

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