quarta-feira, 3 de novembro de 2010

minha amiga alaide morreu cedo! cirrose...deixou três filhas  cinco netos e muitos amigos...eu não tenho essa de dia de finados.os mortos devem ser lembrados constantemente mas também possui seu prazo de validade e o direito de descansar em paz.claro que somos humanos e adoramos uma boa dosagem de saudosismo...esses clichês sadomasoquistas que só nós somos capazes dar valor.
como estava na minha terra natal resolvi que iria visitar o tumulto da minha amiga e levar pra ela o que ela sempre me cobrava e adorava: incenso (que ela chamava de incencio rs)...chamei as crianças e no dia 1 de novembro (dia de todos os santos) lá fomos nós celebrar a ausência.
chegamos lá e cada um ficou com um masso de incenso...ascendemos e ficamos cada um sentado em um canto do túmulo...eu, em uma atitude pedagógica, contei para as crianças o significado que o dia de finados tem para as pessoas mas disse preferir ser como na espanha ou no méxico onde os mortos são lembrados de forma muito mais descontraída e unificadora...as crianças preferiram a opção numero dois e cada um contou uma história engraçada que  alaide nos proporcionou...rimos e perfumamos o cemitério inteiro com nossa fumaça.
quando fomos embora, ficou a sensação de dever comprido e tenho certeza que a alaide gostou da forma como lembramos dela...a brenda disse que nós perfumamos ela e com certeza isso nos ensinou que presença/ausência é um estado de espírito e que a morte não doi nem pra quem fica...pois ficamos com as lembranças boas, que sempre teimarão em ficar.
saímos do cemitério fizemos um lanche e fomos para a casas felizes cantando "o celular de naná é a lua/ a lua é o celular de naná"...evohé laidinha

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